segunda-feira, 30 de julho de 2012

GOVERNO ESPANHOL APOSTA EM FORTALECER LAÇOS BILATERAIS COM O BRASIL


O secretário de Estado da Espanha para Cooperação Internacional e para a região ibero-americana, Jesús Gracia, disse nesta segunda-feira (30/07) que o governo de seu país aposta em "desenvolver uma relação bilateral com o Brasil, além da regional que tem atualmente" com "a grande potência" da América Latina.
Em um curso da Universidade Internacional Menéndez Pelayo realizado em Santander e na presença do embaixador brasileiro na Espanha, Paulo César de Oliveira Campos, Gracia admitiu que há poucos anos os dois países "tinham um preconceito mútuo" e que, no caso espanhol, "existia um certo temor de não se encaixar com o Brasil".
Embora o secretário de Estado tenha louvado a presença de multinacionais espanholas no Brasil, reconheceu que entre ambos os países "faltava um diálogo político mais claro e confiante", um aspecto que, segundo sua opinião, "se resolveu da melhor maneira possível nos últimos meses".
Gracia disse que a Europa vive atualmente um momento "de conturbação, dificuldades e falta de orientação", por isso defendeu que o continente tenha como ponto de referência a América Latina e, especialmente, o Brasil, país que descreveu como "a grande potência da região em todos os parâmetros".
No entanto, ele também advertiu sobre a "preocupação" que representa para a Espanha e a União Europeia como um todo as barreiras às importações criadas pelo governo brasileiro devido à valorização de sua moeda, e pediu "uma solução positiva para todos".
Por sua vez, Oliveira Campos afirmou que o Brasil "aprendeu as aspirações democráticas e o valor dos direitos humanos" dos países da União Europeia e que o projeto de integração europeu "continua influenciando" na integração regional na América Latina.
Sobre as relações entre as duas regiões, o embaixador disse que os países em desenvolvimento "ocupam um espaço de destaque na economia mundial" e que "os caminhos da América Latina e da União Europeia se dirigem para uma relação mais equilibrada".
Outro participante do curso foi o ex-ministro espanhol Josep Piqué, que declarou considerar o Brasil "não somente uma potência regional, mas global", e descreveu sua diplomacia como "autônoma e de geometria variável".
No entanto, Piqué alertou sobre a redução do crescimento da economia brasileira - de 7,6% em 2010 para 2,7% no ano passado - e sobre o "perigo" representado pela aplicação de medidas protecionistas. Além disso, ele citou "o risco de bolha" em alguns setores da economia brasileira. 
Investimento estrangeiroO investimento estrangeiro em dívida pública espanhola atingiu 203,271 bilhões de euros em junho, o que representa 27,77% menos que os 281,439 bilhões de euros registrados no fim de 2011, segundo foi informou nesta segunda-feira.
Isto representa uma redução de 78,168 bilhões de euros, segundo os dados publicados pelo Tesouro Público espanhol, que também evidenciam que em junho passado o investimento estrangeiro em dívida pública espanhola representava 35,2% do total.
Os mesmos dados revelam que do total do investimento estrangeiro em dívida espanhola registrada em junho (203,271 bilhões), 182,094 bilhões de euros corresponderam a bônus e obrigações e 21,177 bilhões, às letras do Tesouro.
Se os dados forem comparados com o mesmo período de há um ano, o investimento estrangeiro em dívida pública caiu 32%, já que em junho de 2011 alcançava os 298,890 bilhões de euros. 
Inflação
A inflação anualizada ficou na Espanha em 2,2% em julho, o que representa um aumento de três décimos em relação a junho e um máximo neste ano, segundo o indicador antecipado do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) publicado nesta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Neste registro influiu especialmente a alta dos preços dos remédios e outros produtos farmacêuticos.
O INE publicou também o indicador antecipado do IPC harmonizado (IPCA), que mede a evolução dos preços com o mesmo método em todos os países da zona do euro, segundo o qual, a inflação anualizada atingiu em julho 2,2%, quatro décimos mais que há um mês.
O indicador antecipado é um avanço do IPC, cujo dado definitivo para o mês de julho será publicado no dia 14 de agosto, embora não se costume registrar grandes desvios entre ambos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário