segunda-feira, 16 de julho de 2012

''ESPECIAL ECONOMIA''

O real chegou os 18 anos com um sinal irrefutável de seu caminho rumo à maturidade. Na semana passada,o Banco Central reduziu a taxa básica e juros,a Selic,para 8/5 ao ano. É o valor mais baixo da história. A importância desse número não fica aí. Subtraindo os impostos e as taxas de administração,investimentos em fundos DI e de renda fixa atrelados à Selic oferecerão daqui em diante um rendimento anual em torno de 5%. Em termos de ganho real,ou seja,considerando a inflação esperada de 5%,a rentabilidade será nula.Os poupadores brasileiros,nos tempos de juros elevadíssimos,haviam se habituado a ter ganhos de até 10% acima da inflação em fazer nenhum esforço,apenas depositando seu dinheiro em fundos de aplicações em títulos da dívida pública. Agora,para obterem remunerações mais elevadas,terão de procurar investimentos de prazo mais longo e também mais arriscados. A economia brasileira,assim,passa a ficar mais parecida com a das nações avançadas.

A queda nas taxas de juros derruba uma barreira histórica ao desenvolvimento. Os recursos dos poupadores,em vez de dormir sossegadamente na ciranda dos fundos de curtíssimo praz,poderão migrar para o financiamento de projetos como a construção de residências e a renovação da infraestrutura decrépita. A redução na taxa Selic tem sido acompanhada de um barateamento no custo do crédito para o consumo,principalmente nos bancos públicos. Além da queda no custo do dinheiro,o governo lançou diversos pacotinhos de incentivos a determinados segmentos da indústria,como a redução de impostos de carros e eletrodomésticos.
Houve ainda uma ampliação do caixa do BNDES. Ao todo,foram despejados mais de 100 bilhões de reais na economia desde meados do ano passado.
Com todos esses estímulos,seria de esperar que a atividade estivesse avançando em capacidade plena. Nada mais da realidade. O PIB permanece em estado de semiestagnação desde o fim do ano passado. Para os analistas mais certeiros do setor privado,a economia não crescerá mais de 2% neste ano. Diariamente surgem notícias de empresas que postergaram projetos de investimentos,e começaram a aparecer demissões na indústria,depois de anos seguidos contratações.
A economia brasileira é um paradoxo. O governo abre a mão e despeja recursos e incentivos em masa na economia,os juros nunca foram tão baixo e o desemprego permanece em patamares mínimos.

Bj Luxe

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